quinta-feira, maio 05, 2011

Protocolos Familiares

Cresci numa família cheia de bons costumes, cheia de rituais. Ensinaram-me a levantar cedo e arrumar a cama, chegar da escola e tirar o uniforme, nunca faltar de aula, chegar da escola e tirar o uniforme, a tirar a mesa logo após as refeições e, se não fosse arrumar a cozinha prontamente, que , pelo menos, a deixasse ajeitada pra facilitar o serviçoo mais tarde.
Pra comer? Ensinaram-me a sentar a mesa junto de toda a família, desligar a televisão, esperar que todos se servissem para dar a primeira garfada – sim, garfada, colheres só para sopas.
Devemos ainda telefonar nos aniversários, aceitar os convites, festejar as datas comemorativas junto da família -  e apenas da família, retornar ligações, anotar bilhetes com precisão.
A família é bem primordial, é o que deve estar sempre em primeiro lugar. Por ela, devemos tudo fazer. Com ela, devemos sempre estar, sobretudo nos natais, páscoas, reveillons.
A minha família só se esqueceu de me ensinar do que eu não fazia parte. Do que não me pertencia, do que não me dizia respeito. Bastarda que era, eu era nome, não sobrenome.

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